Mas a distribuição destes poucos ecopontos nem sequer é regular, nem obedece a uma adequada planificação. Olhando para o mapa, pode ver-se que apenas um ecoponto está situado numa zona claramente central da cidade. Os outros dez ecopontos situam-se ao redor desta zona ou em zonas periféricas.
Destes dez ecopontos, quatro situam-se a frente de escolas, tendo sem dúvida um importante papel pedagógico. Outros três situam-se em zonas habitacionais mas numa situação algo marginal. Outro ecoponto situa-se no parque de estacionamento de um hipermercado. Outro, muito perto, está escondido atrás dum muro. O último situa-se também num parque de estacionamento na fronteira entre a freguesia de Conceição e Ribeira Seca. Ainda deve citar-se um outro ecoponto junto a um miradouro, com características muito diferentes (indica também recolha de lixo orgânico), mas sem sinais claros de estar a funcionar. Também deve citar-se que alguns estabelecimentos comerciais têm pequenos contentores particulares para recolha diferenciada.

O número de ecopontos é, portanto, muito insuficiente. A câmara da Ribeira Grande demonstra ser completamente incompetente em garantir a recolha diferenciada de lixo, demonstrando ainda não ter interesse em desenvolve-la. Os cidadãos mais consciencializados devem, frequentemente, fazer um grande esforço para levar os seus resíduos recicláveis até aos poucos ecopontos existentes.

Assim, nesta situação deplorável, como deve interpretar-se a campanha para a recolha de vidro lançada pela Associação de Municípios da Ilha de S. Miguel (AMISM)? Faz algum sentido gastar tanto dinheiro nestas campanhas, quando, ao mesmo tempo, não se disponibilizam os meios materiais adequados para que tenha lugar? Não faz muito mais sentido gastar esse dinheiro na compra e colocação de novos ecopontos?